terça-feira, 5 de junho de 2018

3º Colóquio Internacional FITA - Sessões de Comunicação


O Colóquio Internacional FITA busca estimular a produção e expandir o conhecimento na área do Teatro de Animação. Nesta terceira edição o Colóquio vai incentivar estudantes e artistas a, cada vez mais, se apropriarem do universo que contempla as sombras e os objetos. Serão quatro dias de estudos, palestras, apresentações de espetáculos e discussões relacionadas aos mesmos.

Divulgamos agora as comunicações selecionadas para esta edição do Colóquio. Lembramos que publicaremos posteriormente os trabalhos completos nos anais do evento. Os participantes tem até o dia 30 de junho de 2018 para enviarem o artigo final, seguindo as especificações de nossas diretrizes para publicação (aba do blog do evento).

Comunicações selecionadas:

12 de Junho de 2018 - Das 9h às 12h
Sala Goiabeira (Centro de Cultura e Eventos UFSC)
Mediação: Profº Me. Luiz Gustavo Bieberbach

Máquina enquanto objeto único no espetáculo Automákina - Universo Deslizante do grupo teatral De Pernas Pro Ar (RS)
Maysa Carvalho Gonçalves - Universidade do Estado de Santa Catarina

Por meio da vivência, contato e reflexões acerca do trabalho do grupo teatral De Pernas Pro Ar (RS), proponho uma reflexão sobre a máquina enquanto objeto único no espetáculo Automákina - Universo Deslizante. A partir da análise da ficha técnica abordo o modo como as maquinarias transitam pelas designações de bonecos, cenário e instrumento musical, e diluem as fronteiras para apresentar-se enquanto um objeto único.

Congas, botas, sapatos, sapatões e sandálias: Objetos e imagens do livro Eu sou uma Lésbica, de Cassandra Rios (1983), na construção de um processo com teatro de animação.
Tuany Fagundes Rausch - Universidade Federal de Uberlândia (UFU) – Minas Gerais

Pretendo expor neste momento possibilidades de criação num processo com teatro de animação. Considerarei objetos e metáforas que a escritora brasileira Cassandra Rios traz no livro Eu Sou uma Lésbica (1983). Para respaldar essa análise, trarei registros da diretora e atriz Ines Pasic (Teatro Hugo & Ines, Lima/Peru) e apontamentos de pesquisadoras como Ana Maria Amaral, Magda Modesto e Valmor Nini Beltrame.

Dramaturgia do Barroco Habanero ou a Poética do objeto em projeção: 10 anos de laboratórios em El Arca, Teatro Museo de Títeres.
Liliana Pérez Recio - Directora El Arca Teatro Museo de Títeres.

Brinquedos, recicláveis, acervos familiares; materiais opacos, perfurados, translúcidos, refletores: trouxeram as chaves para nossas transições, conceitos de cenários, para a escolha das fontes de luz e até a própria ausência de luz. Portadores de memória, constituíram nossas metáforas germinativas, levando-nos a trabalhar por uma teatralidade do jogo das evocações para além das representações.

Las Piedras Rodando Se Encuentran
Daiani Brum, Maysa Carvalho e Liliana Pérez - Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

Abarcando a produção de um vídeo curto, o projeto possibilitou o diálogo entre a materialidade dos objetos utilizados e suas expressões no universo da animação, contando para isso com o recurso do audiovisual como plataforma de registro e meio para a criação de uma narrativa artística. Aspectos técnicos da linguagem audiovisual tais como enquadramento, movimentos de câmera e edição, contribuíram ao desenvolvimento dramatúrgico.

Chikamatsu Monzaemon: é o drama que se adapta ao ator, ou o contrário?
Prof. PhD Paulo Ricardo Berton (UFSC)

Esta comunicação explora as possíveis razões de Chikamatsu Monzaemon (1653-1725), célebre autor dramático japonês, que escrevia tanto para o teatro de bonecos (Bunraku) como para o teatro de atores (Kabuki), ter variado a sua dedicação a estes dois gêneros ao longo da sua trajetória literário-teatral, a partir de considerações a respeito da arte da atuação de H. von Kleist, M. Maeterlinck, G. Craig, V.Meyerhold e T.Kantor.

13 de Junho de 2018 - Das 9h às 12h
Sala Goiabeira (Centro de Cultura e Eventos UFSC)
Mediação: Profª Drª Elisana De Carli

Bumba-meu-boi do Maranhão - diálogos de animação 
Mariana Barreiros - Universidade Federal de Santa Catarina

Apresentação do artefato boi, sua complexidade e trânsito entre as linguagens de teatro de animação: máscara, boneco e objeto. O bumba-meu-boi do Maranhão apresenta características similares aos demais festejos que utilizam o boi como objeto símbolo, além de ter uma pluralidade nos próprios sotaques que compõe o estado. Tradição, oralidade e inovação percorrem a atualidade desse festejo, mas é no artefato que focaremos nosso diálogo. O objeto que ganha vida ao se apoiar no corpo do brincante ou ao ampliar sua essência para os espectadores, mesmo quando imóvel. Se teatro de animação é uma relação orgânica e energética entre ator e objeto, um jogo entre ator, objeto e público, então o bumba não pode ser desconsiderado do rol de teatro de animação brasileiro tradicional.

Caixa organizadora: separando, identificando, reunindo e classificando objetos industrializados colocados em cena.
Profº Alex de Souza - Instituto Federal de Santa Catarina

Nesta comunicação é proposta uma análise dos objetos a partir de conceitos e classificações do design industrial e do teatro de objetos, buscando refletir sobre as relações estabelecidas pelo artista que os ressignifica na cena. As classificações e “encaixotamentos” de conceitos são utilizados para abrir possibilidades de múltiplos olhares para o objeto e não para limitá-los a um só ponto de vista.

Teatro de Objetos: pontos de encontro e distanciamento
Larissa Christina Siedschlag - Universidade Federal de Santa Catarina

A pesquisa busca, através da análise de espetáculos como SóFridas, da Trip Teatro, Fadas, da Essaé Cia., São Manuel Bueno, Mártir, do Grupo Sobrevento e História de Bar, da Cia Truks, encontrar pontos de encontro e distanciamento em diferentes manifestações do Teatro de Objetos. Os principais pontos que guiam o estudo são: a dramaturgia, o uso do objeto em cena, alterações (ou não) no objeto, e a relação dele com o ator.

Das margens do rio negro à cena de mamulengos.
Márcio Silveira dos Santos - Doutorando em Teatro no Programa de Pós-Graduação em Teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina

O presente texto retrata o caminho percorrido por um pedaço de madeira, enquanto objeto natural-matéria orgânica sem vida, encontrado e recolhido nas margens do Rio Negro, na Cidade de Manaus, no Estado do Amazonas, que é transformado ganhando formas no teatro de Mamulengos na Cidade de Canoas, no Estado do Rio Grande do Sul. A ressignificação do objeto inanimado em objeto animado, das correntezas dos rios da Amazônia ao palco dos bonecos no sul do Brasil. A escrita deste texto quando completo será do ponto de vista na primeira pessoa, onde o próprio pedaço de madeira relata suas travessias de seu ambiente natural para outro habitat, onde é transformado pelas mãos do bonequeiro em objeto animado: o personagem principal do espetáculo de mamulengos As Gineteadas do Valente Toninho Corre Mundo na Estância de Cidão Dornelles.

Kantor e o Teatro de Animação: uma linha tênue
Igor Gomes Farias - Universidade Federal de Santa Catarina

Esta comunicação procura discutir sobre o fluente diálogo entre a obra do encenador Tadeusz Kantor e o universo do Teatro de Animação. Procuramos estreitar aqui a linha tênue perceptível entre trabalhos aparentemente tão distintos, mas que se cruzam e contribuem-se de forma mútua em diversos aspectos. Partindo das originais utilizações do objeto, bem como do histórico flerte de Kantor com as formas animadas, expandimos nosso olhar em torno do uso dos manequins de cera e dos temas ligados à vida e a morte no teatro kantoriano. Assim procuramos refletir sobre como estas expressões artísticas podem estar estreitamente ligadas em muitos pontos e contribuem para um teatro cada vez mais híbrido.

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